Em uma decisão que abalou o cenário político brasileiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, após a divulgação de denúncias de assédio sexual. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (6), menos de 24 horas após as acusações virem a público.
As denúncias, que incluem relatos de assédio sexual e moral, foram inicialmente divulgadas pelo portal Metrópoles e confirmadas pela ONG Me Too Brasil. Entre as vítimas, está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Em resposta, Silvio Almeida negou veementemente as acusações, classificando-as como “mentiras sem provas” e “ilações absurdas”.
Lula, ao anunciar a demissão, destacou a gravidade das acusações e a necessidade de manter a integridade do governo. “Alguém que pratica assédio não pode permanecer no governo”, afirmou o presidente. A decisão foi tomada após consultas com diversos ministros, incluindo os da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e da Mulher, Cida Gonçalves.
A demissão de Silvio Almeida marca a quinta baixa no governo Lula desde o início do mandato, em janeiro de 2023. A secretária-executiva da pasta, Rita Cristina de Oliveira, assumirá o cargo interinamente até que um novo ministro seja nomeado.
O caso continua a ser investigado pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República e pela Polícia Federal, que abriram inquéritos para apurar as denúncias. Silvio Almeida, por sua vez, afirmou que buscará responsabilização judicial contra os autores das denúncias e que está confiante na sua inocência.
A situação gerou uma crise no governo, com pedidos de celeridade nas investigações e apoio às vítimas. A ministra Anielle Franco, uma das denunciantes, já foi ouvida pela Controladoria-Geral da União e pela Advocacia-Geral da União.
Este episódio ressalta a importância de um ambiente de trabalho seguro e respeitoso, e a necessidade de respostas rápidas e eficazes diante de denúncias de assédio.
